sábado, 27 de fevereiro de 2016

Partida

Eu sei que vou um dia
Sei que vou embora,
Que tua alma deixarei vazia,
E teu rosto não verei mais.

Sei que nossas vidas
Não voltarão a se cruzar jamais,
Mas antes que isso aconteça
Deixe-me sonhar.

Você ficará em minhas recordações,
E eu nas tuas, estarei
Sem perceber
Um dia pensarei...

Sei que vou um dia,
Sei que vou embora,
Como se distanciam as nuvens
Assim saíras da minha vida.

Belas memórias em meus dias
Que nunca poderei esquecer,
Me acompanharão nas noites
Quando fechar meus olhos.

Sei que vou um dia,
Sei que vou embora.

Quem dera pudessemos amar
Em outra vida, mas...
O que vivemos nesta
Ninguém jamais saberá.

Sei que vou um dia,
Sei que vou embora.

E mesmo que nunca mais
Estejamos juntos
Nossas almas
Para sempre se amarão.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Fabricações Perniciosas de Minha Imaginação

Sempre me imagino nas sombras, sob a aura da escuridão tentando entender o que não tem explicação óbvia.  A minha vida em um turbilhão de mensagens sem sentido, inerente a solidão do meu ser perdido. Sofrendo uma mutação espiritual, se isso é possível. O impossível é credível pelo meu subconsciente preso nesta dimensão austera e implausível. Sou uma alma perdida viajando pelas estradas do nada, apenas fabricações perniciosas de minha imaginação alterada pela etérea e desconhecida leveza do meu ser hostil e volátil. Desdenhando do improvável, não há respostas para a estupidez inata de sentimentos que se apoderam do meu ser fazendo-me perder o controle da minha sanidade em uma batalha onde há apenas perdedores. Será?

Para discutir nossa inferioridade é preciso compreender nosso ser corrompido pela própria humanidade, pelo simples fato de sermos meros mortais estúpidos, egocêntricos e autoritários. Meu desdém para encontrar uma solução que pode não existir ou que podemos não entender, por conta do nosso pequeno desenvolvimento de consciência, faz sentir-me presa nesta dimensão mínima. Eu sinto medo, raiva, impotência em sua mais pura essência, em seu estado mais mórbido e animal! Nós somos apenas marionetes do nosso próprio destino, de nossos próprios sentimentos que nos invadem e nos golpeiam sem nos dar a oportunidade de reagir ou decidir o nosso caminho. Isso nos torna vulneráveis ​​e fracos.

 É uma batalha diária contra mim mesma e as minhas imperfeições, o que se supõe que não devemos ser perfeitos! É uma retórica na qual não concluo, eu me sinto vazio nesta dimensão do imperfeito, do anormal e especulativo. Ferida nas profundezas do meu ser, eu só posso regozijar-me no simples fato de viver e experimentar todos esses sentimentos loucos. Eu só sei que não sou como os outros, eu tenho experimentado o nascimento de que um dia terei uma resposta que preencherá esse vazio insuportável e latente dentro de mim.  Enquanto isso, vejo como a ignorância do homem o leva à sua própria destruição, sem saber que as respostas que tanto procuram e anseiam estão dentro de si mesmos...

Pensamentos Soltos I

Não sei porque os sentimentos morrem e o declínio do pesar acontece.

Amo a paixão e o sentimento cego que ocorre, amo o riso, o sorriso e a risada.

Amo o estupor nostálgico e a nostalgia estúpida.

Encanta-me o nervosismo que passa dos lábios para os cílios.

E a única coisa que me tranquiliza é o beijo de uma alma.





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"My smile is a rifle, and what are you.My smile is a rifle, and I point it at you." - John Frusciante

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Versos Compostos

Eu ainda sinto um ligeiro aroma
das últimas noites,
um cheiro selvagem da traição obscura.
Amor proibido, meias-verdades,
pele costurada a verbos,
poros buscando uma saída,
que eu queria,
mas não posso.
De seus lábios as palavras mais absurdas
e meu instinto,
uma fuga.
Com suaves primaveras,
chegaram novas metas,
pessoas novas e novas quimeras.
Meu instinto me causou cegueira de amor,
eu não pude ver,
o cheiro da fuga, estas novas primaveras.
Mas ainda conservo o seu último adeus,
e meus beijos a uma paixão que nunca existiu.
 Eu ainda sinto um ligeiro aroma,
alguns versos soltos
e um veneno lento
que agora  vejo

em versos compostos.

De Novo

Se as estrelas são apenas uma singularidade,
Então o que é um coração,
Que bate muito lentamente,
Lutando,
Antes de se quebrar?
Existe ar para o fogo,
Nova vida provida de esperanças e sonhos,
Não ainda.
Dor em sua alma,
Se você erra,
Ninguém vai olhar para o seu rosto,
Estéril com cicatrizes e carne podre,
Corroído pelo tempo.
E eles temem o que é incerto,
Quebrar os ossos,
Torcer e virar,
Deixe-os saber a sua dor,
Para amanhã cantar o pássaro azul solitário,

"Vou em breve ser um corvo, de novo..."

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Mensagem na garrafa

14.08.2015

25 dias e 24 noites. Eu sinto falta da cidade, e eu sinto falta das luzes. Às vezes eu deito na areia. Quando eu fecho meus olhos, eu ouço a música. Agora tudo que eu ouço é o som das ondas do mar. Minha vida mudou num piscar de olhos. O navio afundou no mar. Todo mundo se afogou. Todos, menos eu. Subi em um pequeno barco, e durante três dias, eu fiquei à deriva. Agora eu estou sozinho nesta ilha deserta. Sempre mantendo distancia de algo que possa me machucar. 
Ninguém para conversar, ninguém para ouvir. Por milhas e milhas a água só brilha. Eu tenho liberdade, então por que estou triste? Eu tenho a vida que u sempre desejei ter. No entanto, para permanecer vivo a cada dia, eu preciso continuar a lutar. Eu comi umas frutinhas que colhi de um arbusto. Então, meu barco no mar eu lanço para pegar o meu jantar com uma rede caseira. Quantos peixes hoje eu vou pegar? 
De volta à terra ainda sem sinal do resgate. Se eu não for encontrado logo, o que vou fazer? Mas esperem, eles não sabem que estou aqui. Se eu gritar, ninguém poderá ouvir. Então, como alguém vai saber? Onde me encontrar, onde me procurar? Em uma folha vou escrever, com carvão vegetal do meu fogo hoje à noite. "Venha me salvar, ouça meu apelo. Aqui nesta ilha é o lugar onde eu vou estar. Meu navio naufragou e estou perdido. No mar, meu barco foi danificado e por isso não consigo voltar”. Eu vou enrolar  a minha folha como se fosse um cigarro, e em uma garrafa vou enfiar. Lançarei-a ao mar para alguém encontrar. Alguém  zeloso, amoroso e amável. Então, eu vou esperar como tenho feito até agora. Sonhando com danças ao luar e papos em botecos. Agora o sol se põe no mar. Paciente era algo que eu não costumava ser. Ainda assim, espero que meu salvador não demore a me resgatar. Alguém que tenha lido a minha mensagem na garrafa lançada ao mar.


Você vê a SOMBRA?


Essa grande sombra um pouco além do nosso alcance
Aquela poderosa grande sombra escondida nas profundezas
É tão escuro e profundo
Eu corro e corro
Mas eu nunca consigo ir além
Aquela poderosa grande sombra escondida nas profundezas
Vai cobrindo e me fazendo sentir
Eu tento e tento
É muito difícil agradar a tudo e a todos
Mas aquela poderosa grande sombra escondida nas profundezas
Vai tornando-se muito difícil de agradar
Eu cavo e cavo
Mais e mais profundo para escapar da sombra
Mas aquela poderosa grande sombra escondida nas profundezas
Tem um pouco de mim
Eu não posso dizer o que é ou quem é
Onde eu começo e onde começa
Esta poderosa grande sombra escondida nas profundezas
Engloba tudo de mim
Eu não posso correr e não posso escavar
Esta sombra, sombras fora de mim
Esta poderosa grande sombra escondida nas profundezas
É tão escura e profunda que chega a sufocar.

III

Um sempre ama mais.
Um sempre tenta mais.
Um sempre quer mais.
Nós podemos trocar de turno?
Eu pego um e você pega o outro.
Por exaustão e conforto,
Quando não retorna igualmente
Tudo pode ser consumido.
Talvez se a gente compartilhar o fardo,
Nós podemos compartilhar o prêmio...
Para sempre?


II

Tudo começou com amizade.

Amizade tornou-se estranhamento. Amizade virou algo desconhecido.
Palavras tornaram-se evidências. Evidências serão sempre lembradas.

Tudo o que foi dito. Tudo o que foi feito.
Tornou-se planejado.

Inocência e doçura tornaram-se pressão e medo.
Coisas novas são difíceis de serem evitadas.

Talvez se você pular, eles irão segui-los.
E talvez você terminará sozinho sem certeza de onde está indo.

I

O sentimento começa.
A sensação nunca foi sentida antes.

Uma nova aventura, uma nova experiência.
Pode mudar você para sempre.
Ou não.

A curiosidade torna tudo imprevisível.
Talvez o imprevisível seja assustador.
Ou talvez, seja excitante.

Qual porta você vai abrir?
Qual pílula você vai tomar?
Branco ou preto?
Direita ou esquerda?

Sim ou Não.




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Impressões

Se é verdade o que dizem que as nossas impressões digitais não se apagam das vidas que nós tocamos, eu estou coberta das suas. Você vai sempre me cobrir com sua tinta indelével. As marcas são as minhas cicatrizes de guerra. Uma guerra que eu lutei e perdi. À direita em toda minha clavícula até o meu pescoço, por cima do meu rosto até os lábios, lê-se a palavra "sua". Meu quadril fortemente agarrado, cada carícia, cada gentil toque sob o padrão de suas impressões. Quando estou com o corpo nu ao luar, essas marcas aparecem iluminadas. Ninguém pode vê-las, somente eu, mas vê nem sempre é acreditar.
Eu fui escrita por você. Eu sou o seu trabalho literário. Escreva o final que você julga que eu mereça, ou deixe-me com o fantasma manchado de tinta do nosso passado.